*Por Alexandre Krzyzanovski
As megas operações de segurança no Rio de Janeiro, como a que mobiliza forças estaduais e federais em diferentes complexos da capital, mostram a urgência de repensar a forma como o Estado enfrenta o crime organizado. A tática de simplesmente “subir o morro” não pode mais ser o padrão. É preciso subir com dados, com inteligência e, principalmente, com tecnologia.
Ferramentas como drones, inteligência artificial, visão computacional e integração de bancos de dados podem transformar o modo de agir das forças policiais. Hoje, é possível mapear áreas complexas e intransitáveis, identificar movimentações suspeitas e planejar rotas seguras antes mesmo da abordagem. O uso de drones permite acompanhar as operações em tempo real, reduzindo o risco de emboscadas e aumentando a segurança dos agentes.
Antes, muitas abordagens eram feitas “no escuro”, sem saber quem estava do outro lado. Agora, com sistemas integrados, o policial pode ter em mãos informações precisas sobre a periculosidade de um suspeito, sua ficha criminal e até a probabilidade de estar armado. Isso permite dimensionar o efetivo de forma mais adequada, reduzindo baixas e evitando confrontos desnecessários.
A tecnologia, quando bem aplicada, não substitui o humano — ela protege o humano. Quanto mais informação qualificada, menor a chance de perda de vidas, tanto de policiais quanto de civis. Inteligência não é apenas sobre prender mais, mas sobre salvar vidas e devolver ao Estado o controle de territórios de forma planejada, segura e sustentável.
Em um cenário onde cada decisão pode custar uma vida, a tecnologia deixa de ser um luxo e se torna uma aliada vital. O futuro da segurança pública não está na força bruta, mas na força da informação. É hora de transformar dados em estratégia, câmeras em escudos e drones em olhos que enxergam o que o medo não permite ver. Porque salvar vidas — de quem protege e de quem é protegido — é, e sempre será, a missão mais nobre da tecnologia.